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Palavras ao vento

Palavras ao vento

Entrevista Teatro Metaphora

Primeiro que tudo quero parabenizar-vos pelo vosso projeto e agradecer por me terem dado a honra de me concederem esta entrevista para o meu blogue, e dar a conhecer melhor o vosso projeto aos nossos leitores.

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André Ferreira- Quando é que foi criado o Teatro Metaphora?

Teatro Metaphora- Formalmente, a associação foi registada no dia 3 de setembro de 2009.

 

André Ferreira- Quais são os principais projetos que o Teatro Metaphora tem presente?

Teatro Metaphora- A nossa ação pode ser agrupada em três áreas distintas:

a) produção de espetáculos de teatro, promoção e participação em atividades culturais em torno de várias disciplinas artísticas, contribuindo assim para o desenvolvimento e disseminação do património cultural;

b) organização de projetos, seminários e formações nacionais e internacionais, no âmbito de programas locais, nacionais e europeus (Erasmus + e Corpo Europeu de Solidariedade);

c) como resultado de uma Iniciativa Jovem, desenvolvemos uma ampla gama de atividades e workshops relacionados ao património natural, reciclagem, mudança climática, tópicos de melhores práticas ambientais.

 

André Ferreira- Qual a vossa principal missão, e em que se baseiam os vossos valores?

Teatro Metaphora- É desenvolver competências sociais e pessoais de crianças, jovens e adultos com base nos princípios da educação não formal. O nosso propósito corresponde à realização de um projeto sociocultural, gerador de ideias, de energias, de sentimentos, através de uma programação diversificada em géneros, formas e expressões artísticas contemporâneas, pensada a partir dos desejos e desafios culturais dos diferentes segmentos de públicos.

 

André Ferreira- Podem contar um pouco mais sobre a vossa história?

Teatro Metaphora- Brevemente completaremos 10 anos. No início, um grupo de amigos decidiu juntar-se e começar produzir peças de teatro. Os primeiros anos foram apenas dedicados ao teatro, e apresentámos algumas peças. Foi muito difícil, uma vez que não dispúnhamos de espaço para ensaiar, guardar materiais, reunir, etc. Andávamos sempre com a tralha de um lado para outro. Entretanto, a partir de 2013, enveredamos por outras atividades, sobretudo relacionadas com a temática da sustentabilidade. Também começámos a organizar atividades de mobilidade juvenil, como intercâmbios, voluntariado, seminários, entre outras modalidades nas quais os participantes viajam para outro país e vivenciam experiências de educação não-formal incríveis.

 

André Ferreira- Vocês têm cerca de 232 voluntários, todos eles são artistas de teatro?

Tetaro Metaphora- Parte dos nossos associados estão ligados ao teatro. Quando começámos, apenas nos dedicávamos ao teatro. Depois fomos abrindo espaço para outras áreas. Esse número corresponde a pessoas que colaboram, ou já colaboraram de forma regular.

 

André Ferreira- Quem quiser visitar-vos podem encontrar-vos onde?

Teatro Metaphora- Estamos sediados na Rua São João de Deus, n.º5, em Câmara de Lobos. Futuramente, iremos ser transferidos para o Ilhéu de Câmara de Lobos.

 

André Ferreira- Estão inseridos no projeto Erasmus, em que consiste este projeto?

Teatro Metaphora- O Erasmus+ é o programa da UE para a educação, formação, juventude e desporto. O programa Erasmus+, que se prolonga até 2020, não oferece apenas oportunidades aos estudantes. Com efeito, resultante da fusão de sete programas anteriores, este programa alarga as oportunidades a uma grande variedade de pessoas e organizações: oportunidades de estudo, formação, aquisição de experiência e voluntariado no estrangeiro.

 

André Ferreira- Têm neste momento 497 árvores plantadas, em que termos se insere este projeto das árvores plantadas?

Teatro Metaphora-Plantar árvores é algo que faz muita falta. No nosso contexto insular, muitas montanhas estão desertificadas e expostas à erosão. Acreditamos que a reflorestação é uma prioridade.

 

André Ferreira- Qual a maior razão de terem criado o projeto Teatro Metaphora?

Teatro Metaphora- A maior razão teve a ver com a vontade de um grupo de amigos em se juntar em torno de causas e projetos. Quisemos dar por bem empregue o nosso tempo livre, ultrapassar a rotina.

 

André Ferreira- Vocês também estão presentes com o projeto oficinas de reciclagem. Podiam falar-nos mais sobre este projeto?

Teatro Metaphora- Nós transformamos objetos usados que iriam para o lixo, noutros objetos com utilidade e atrativos. Tem sido um projeto muito interessante. Uma vez reunimos mais de 100 tambores de máquina de lavar roupa, e fizemos candeeiros para a rua. Ficou magnífico.

 

Andre Ferreira- Quem se quiser dar como voluntário como o pode fazer?

Teatro Metaphora- Basta manifestar o seu interesse, e estar atento às oportunidades que vamos anunciando.

 

André Ferreira- Existe algum requisito obrigatório para trabalhar convosco?

Teatro Metaphora- Nada de especial. Apenas que respeitem os colegas e que sejam cooperantes. Havendo respeito, o resto é fácil.

 

André Ferreira- Quais são as peças de teatro que vão estrear brevemente?

Teatro Metaphora- Brevemente iremos preparar uma adaptação das crónicas “A Vida como ela é”, de Nelson Rodrigues.

 

André Ferreira- Gostaria de deixar algum convite aos nossos leitores?

Teatro Metaphora- Apenas gostaria de reforçar que é sempre muito gratificante quando estamos envolvidos em atividades. Conhecemos pessoas, fazemos coisas benéficas para a comunidade, e isso tem retorno a nível individual também. Portanto, saiam da vossa zona de conforto e sejam participativos.

Parabéns ao Canal Panda!

 

 

Desde os meus tempos de infância até aproximadamente à minha adolescência o canal Panda foi um dos meus canais favoritos, desde que eu "Levei" a Tv por Cabo para a minha casa. O canal Panda faz hoje 20 anos, e eu lembro-me como se fosse ontem, só depois surgiram os outros canais de animação como o panda Biggs, Disney Channel, entre outros. Mas os conteúdos dos outros canais a nível de animação, não são tão educativos como os conteúdos transmitidos pelo canal Panda. Lembro-me de ser uma criança, que estava ansioso por ir a primeira vez viajar para a Serra da Estrela, a minha família é uma família humilde e que não tinha muitas condições financeiras, por isso sempre que fazíamos uma viagem, ficava quase sempre empolgado e entusiasmado, mesmo que essa viagem fosse dentro de Portugal. Sei que nessa noite, como estava bastante ansioso fiquei a noite toda a ver o Canal Panda, até chegar a hora de viajar, não dormi nessa noite, mas fiquei bastante entretido na companhia do Canal Panda! Por isso os meus parabéns ao Canal Panda, que continua todos os dias a fazer um excelente trabalho, constatando a sua grande audiência!

" De Dentro para Fora"

Os Valores ainda existem que diga a escritora Isabel Tavres do LIvro:

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A autora do Livro através dos seus Textos Poéticos, Narrativos, ou Filosóficos, e através da ilusão, mostra-nos a importância do valor de partilhar. Através da Filosofia, conseguimos entender que o que importa não são os valores materiais, não aquilo que possuímos ou temos, mas aquilo que somos e quem somos. As personificações do texto derivam da criativadade da escritora,  onde a imaginação ganha vida e onde os sentimentos parecem reais. O Valor da familia esté bem explicito no Livro. Não é um Livro como os livros grandes que por vezes se tornam Maçudos, pois muito depende do conteúdo, é um livro com textos bonitos de excelente conteúdo e que consegue cativar  a atenção do leitor. Os textos escritos pela escritora, em todos eles é nos revelado um ensinamento e uma lição de vida.

Entrevista com Maria Amélia Ferreira

Maria Amélia do Canto Alves Ferreira nasceu na aldeia de Dorna, freguesia de Póvoa de Agrações, concelho de Chaves, distrito de Vila Real. As primeiras letras aprendeu na escola primária da sua terra natal. No Liceu Nacional de Chaves fez o Ciclo Preparatório e frequentou o Curso Geral de Comércio na Escola Industrial e Comércio de Chaves. Na Escola Manuel Cargaleiro, no Fogueteiro, Seixal, concluiu o secundário. Licenciada em Educação de Infância, pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal, e mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Desde 1999, é Educadora de Infância em Vila Nova de Gaia, onde desempenhou também as funções de Diretora Pedagógica, entre 2005 e Setembro de 2010. Foi Educadora Cooperante da Escola Superior de Educação do Porto e da Cruz Vermelha de Vila Nova Gaia. Participa regularmente em colóquios e ações de formação. É autora/escritora do Livro “COMPORTAMENTOS SOCIAIS E AGRESSIVIDADE NA INFÂNCIA”.

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Muito obrigada por ter aceitado este convite.

 

André Ferreira- Com o livro “Comportamentos Sociais e Agressividade na Infância” pretendeu sobretudo dar a conhecer comportamentos agressivos na infância das crianças. Como surgiu a necessidade de escrever este livro?

Maria Ferreira- A necessidade de escrever este livro, ou melhor, de investigar sobre este tema surgiu ainda antes de iniciar o mestrado. Como Educadora de Infância a trabalhar com crianças dos 2 aos 6 anos sentia que cada vez mais as crianças eram menos tolerantes à frustração e apresentavam comportamentos mais agressivos.

 

André Ferreira- O livro foca-se sobretudo na violência infantil no contexto de jardim-de-infância, onde relata alguns exemplos de atos de violência entre os pares. Na sua opinião acha que esses atos acontecem com maior frequência nas crianças quando estas se encontram com outras crianças, ou existem atos de violência que podem também surgir quando esta se encontra sozinha?

Maria Ferreira- Por norma, estes comportamentos acontecem quando as crianças estão em grupo, isto é, num processo de socialização. Quando as crianças disputam um brinquedo, por exemplo, quando as crianças são expostas a situações que não compreendem ou não conseguem controlar. Pode também acontecer quando estão sozinhas, ou com os adultos, e os pais por exemplo lhe dizem não a qualquer coisa. A criança tem dificuldade em lidar com a frustração, logo com o não, e pode iniciar uma birra e atirar com os objetos para o chão e ficar agressiva mesmo com os pais ou irmãos mais velhos.

 

André Ferreira- Quais os maiores “culpados”, se é que assim se possa dizer, para que a criança se torne uma criança agressiva?

Maria Ferreira- Não posso nem quero apontar culpados, mas obviamente a vida que os pais levam hoje, com muito trabalho, muito stress, pouco tempo para os filhos, pouca paciência, faz com que a criança se sinta muitas vezes pouco compreendida e pouco valorizada. Isto não acontece por acaso, mas por exemplo uma mãe/pai que vai buscar o filho/a às 7 horas da noite e tem jantar para fazer, organizar as coisas para o dia seguinte, não tem tempo para estar com a criança. O meu conselho, se é que posso dizer assim, é: dedique à criança 10 minutos, mas 10 minutos com qualidade, fale com ela sobre o dia, faça-lhe ver que a ama, brinque com ela sentada no chão ao nível dela. Depois explique-lhe que tem que ir realizar as tarefas e se possível leve-a consigo para a cozinha e vá falando com ela. Por outro lado existem pais que dizem sempre sim aos filhos e é necessário saber dizer não para que a criança aprenda a lidar com a frustração com que se irá deparar no seu dia-a-dia.

 

André Ferreira- Falando de crianças em risco e neste caso especifico falo de crianças institucionalizadas. Será que muitas vezes estando estas inseridas no contexto de Instituição que deverá ser uma forma de ajudar, muitas vezes estas não criam maus hábitos, contribuindo de certa forma para adensar essa agressividade?

Maria Ferreira- Uma criança institucionalizada é por si só uma criança que passou por algum tipo de problema, ou ela ou os encarregados de educação, logo estas crianças estão mais frágeis e necessitam de ainda mais amor e compreensão. Assim sendo, não creio que este comportamento se acentue. No entanto, este não foi o âmbito do meu estudo, pelo que se trata apenas de uma opinião.

 

André Ferreira-Desde quando é que a Maria Ferreira, descobriu que queria ser Educadora?

Maria Ferreira- Descobri que queria ser Educadora logo que fui mãe pela primeira vez, há muitos anos atrás.

 

André Ferreira- Foi já Diretora Pedagógica numa Instituição. Torna-se difícil muitas vezes acompanhar o trabalho dos Educadores e dos Auxiliares de ação educativa, uma vez que nem todos pensam da mesma maneira?

Maria Ferreira- Se todas trabalharmos em equipa, como é o caso, não é difícil e o facto de todas as funcionárias terem formação contínua também ajuda a terem comportamentos convergentes.

 

André Ferreira- As crianças fazem Birras quando geralmente querem alguma coisa e muitas mães muitas vezes não conseguem lidar com este sentido de frustração da criança. O que se pode ou deve-se fazer nessas situações?

Maria Ferreira- Antes de mais, todas as mães, e para o bem da criança, devem dizer não. Não podemos dizer sempre que sim. Mas não se pode dizer apenas não ou sim, temos que dar mais explicações, porquê o não e porquê o sim. Temos que explicar à criança porque não podemos dar um brinquedo por exemplo quando vamos às compras, explicar que o dinheiro é para comprar comida, dizer à criança antes de sair de casa que não se pode dar sempre brinquedos, etc... Aqui deve haver também muita negociação. Cada caso é um caso e cada criança é uma criança, mas se a mãe diz que não e depois é um sim, então, a situação piora, porque a criança se apercebe que a mãe diz uma coisa e depois faz outra, porque ele fez uma birra ou foi insistente.

 

André Ferreira-Pelo que li no seu Livro, a creche para qual trabalha faz um trabalho magnífico e exemplar com as crianças, ajudando a colmatar muitas vezes a ausência dos pais por falta de tempo e dando tudo as crianças aquilo que elas precisam. Para quem não conhece o Jardim-de-Infância, onde poderão vos encontrar?

Maria Ferreira- Como deve compreender, não devo responder a esta pergunta para que o anonimato do estudo se mantenha.

 

André Ferreira- Como tem sido o Feedback que tem recebido em Relação ao Livro COMPORTAMENTOS SOCIAIS E AGRESSIVIDADE NA INFÂNCIA?

Maria Ferreira- O feedback tem sido muito bom, as pessoas que o leram têm vindo a abordar-me no dia-a-dia, pedindo conselhos para os seus casos e congratulando-me pelo trabalho. Ao mesmo tempo, já tive a oportunidade de apresentar a obra em variadas e distintas situações.

 

André Ferreira- Pensa escrever mais livros, se sim será dentro da mesma temática?

Maria Ferreira- Sim, se voltar à escrita será sem dúvida nesta área, pois penso que ainda há muito para investigar e há muitos pais que necessitam de obras deste tipo e quero ajudar.

 

 

André Ferreira- Resta-me agradecer uma vez mais pela sua disponibilidade e desejar-lhe todo o sucesso do Mundo!

Maria Ferreira- Obrigada eu pelo seu interesse!

"Ainda Tens Tempo"

Para quem gosta de ler, a minha sugestão de leitura é:

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A história do livro é contada por uma personagem principal criada por A. Bourdoun, cujo o seu nome é Emma. Ao longo do livro, apesar de não estarmos presentes conseguimos visualizar as paisagens que esta personagem nos vai "mostrando", de forma a apaixonar-nos por estas. A aldeia descrita é uma zona calma. Emma e as suas 4 amigas vão passar as férias de verão nessa aldeia. Na aldeia a melhor amiga de Emma, Oriana, gere um bar sozinha com a permissão dos pais, e onde as 5 amigas podem desfrutar de uma ambiente calmo e sossegado, ideal para passar as férias de verão. Existe no texto do livro diálogos interessantes sobre as características de personalidade de outras personagens, e que de maneira simples é fácil percebermos como são essas mesmas personagens. O livro é surpreendentemente bom e consegue cativar a atenção do leitor, deixando-o preso a cada momento, cada passagem, situação ou peripécia que se vai passando ao longo do texto. Ingrit é a amiga confiante e sensual que parte os corações dos rapazes solteiros, a Claire é a que utiliza roupas que muitas vezes não combinam umas com as outras, a Alice é a rapariga tímida, e que também é professora de alunos do 5º ano, e também a mais calma das amigas. Nesta história que nos vai sendo contada, pudemos ver valores explícitos como os valores da amizade, a preocupação das amigas de umas para com as outras, o valor da família, e também o valor bem explicito do amor e da paixão. E que bom que é estarmos apaixanados, pois quem nunca teve apaixonado?!

Entrevista com Luísa Cotrim da Associação Portuguesa Portadores de Trissomia 21

A Trissomia 21 que também é conhecida como Síndrome de Down, baseia-se na alteração genética que ocorre durante a divisão celular do embrião. O individuo com Trissomia 21 possui 47 cromossomas e não 46, sendo o cromossoma extra ligado ao par 21. As estatísticas dizem-nos que um em cada 800 a 1000 recém-nascidos são portadores de trissomia 21 ou da Síndrome de Down, um distúrbio genético causado pela presença de três cópias do cromossoma 21 em vez das habituais duas.

 

Para entendermos melhor o trabalho que é feito com as pessoas portadoras de Trissomia 21, segue-se a seguinte entrevista com a Presidente Luísa Cotrim da Associação Portuguesa Portadores de Trissomia 21, que agradeço desde já a sua disponibilidade:

André Ferreira- Há quanto tempo existe a vossa associação?

Luísa Cotrim- A APPT21 foi fundada no dia 1 de outubro de 1990.

 

André Ferreira- Quais as principais preocupações e cuidados a ter para com estas pessoas?

Luísa Cotrim- Desde cedo é necessário seguir um protocolo de cuidados e consultas médicas no sentido do bebé, criança, jovem e adulto ser acompanhado nas diferentes especialidades - pediatria do Neurodesenvolvimento, Genética, Medicina Dentária, Oftalmologia, Cardiologia, entre outros. Os cuidados a ter irão variar de indivíduo para indivíduo, tendo por base a importância de um Programa de Intervenção Precoce.

 

André Ferreira- No vosso caso específico, quantas pessoas portadoras de Trissomia 21 estão ao vosso cuidado?

Luísa Cotrim- Acompanhamos centenas de pessoas e famílias em Portugal Continental, ilhas e Angola, de forma direta ou indireta.

 

André Ferreira- Para puder trabalhar com pessoas portadoras de Trissomia 21 deve ter-se um conhecimento específico e vasto sobre o tema. Nesse sentido perguntava-lhe quem são os Profissionais da Associação que fazem parte do corpo docente?

Luísa Cotrim- A nossa equipa é composta por uma equipa multidisciplinar composta por Pediatras do Neurodesenvolvimento, Pedopsiquiatras, médico Geneticista, psicólogos clínicos e educacionais, terapeutas da fala, técnicos de reabilitação e educação especial, assistente social, professores de ensino especializado e nutricionistas.

 

André Ferreira- Que média de idades têm as pessoas portadoras de Trissomia 21 que estão aos vossos cuidados?

Luísa Cotrim- Acompanhamos desde o nascimento até à inserção e acompanhamento no mercado de trabalho. Desta forma, a faixa etária é vasta, ou seja dos 0, até existir essa necessidade.

 

André Ferreira- Qual a importância do papel educativo, familiar e social para estas pessoas?

Luísa Cotrim- Poderemos afirmar que importância do papel educativo, familiar e social para pessoas com T21, é a mesma que para outra pessoa. O papel educativo assume funções importantes nas aprendizagens académicas e sociais do indivíduo, inseridos numa determinada comunidade.

 

André Ferreira- Diz-se que as pessoas com Trissomia 21 têm um maior risco de obesidade quando estão “ à mesa”, para quem cuida destes como vocês, que cuidados temos que ter nesse aspeto?

Luísa Cotrim- Uma dieta dita normal (semelhante a de toda a família, desde que saudável). Na internet há muita informação, muita dela sem fundamentação científica, que leva os pais a aplicarem dietas sem glúten, caseína, entre outras aos filhos com Trissomia 21. Uma alimentação saudável e equilibrada, rica em fibras e com um aporte calórico adequado é o ideal. No entanto se os pais decidirem aderir a uma dieta especial, o ideal é requisitarem acompanhamento nutricional, de forma a garantir o aporte de todos os nutrientes e o crescimento adequado da criança.

 

André Ferreira- O acompanhamento destas pessoas deve ser sempre feito também com a ligação das famílias?

Luísa Cotrim- O acompanhamento deverá sempre ser feito com a ligação e participação ativa das famílias no processo de ensino-aprendizagem. O bebé, criança, jovem e adulto estão inseridos numa família e esta assume um papel muito importante no seu desenvolvimento. É importante dotar as famílias de ferramentas que ajudem todo o desenvolvimento do indivíduo bem como servir de suporte para eventuais dificuldades.

 

André Ferreira- A nível de comportamento, que métodos são utilizados para estimularmos as pessoas portadoras de Trissomia 21, uma vez que estes desde crianças até chegarem à idade adulta podem vir a ser semi- independentes, ou mesmo independentes, tendo uma vida normal?

Luísa Cotrim- Desde cedo iniciamos Programas de Intervenção nas mais diferentes áreas do Neurodesenvolvimento e Comportamento: motricidade, cognição, funções executivas, linguagem, autonomia, Leitura e Escrita, Competências Matemáticas, entre outras. Para cada programa existem estratégias e materiais adaptados aos objetivos a atingir e ao indivíduo com o qual trabalhamos.

 

André Ferreira- Quem quiser contribuir para ajudar a vossa associação, como pode fazê-lo?

Luísa Cotrim- Quem quiser contribuir para ajudar a nossa associação poderá fazê-lo, contribuindo para o nosso Fundo Social - ajuda crianças com dificuldades socio-económicas. Poderá entrar em contacto com associação para o fazer.

 

André Ferreira- Que perspetivas para o futuro tem em relação à Associação Portadores de Trissomia 21?

Luísa Cotrim- Poder continuar a trabalhar para assegurar a verdadeira integração das pessoas com trissomia na sociedade e particularmente no mercado de trabalho.

 

Resta-me agradecer uma vez mais a sua disponibilidade e desejar-lhe todo o sucesso quer para si quer para todos os que fazem parte deste magnífico trabalho, pelo qual felicito-vos!

 

 

 

 

 

 

 

Entrevista com Inês Igrejas do Conservatório de Musica de Mafra

 

 

André Ferreira- Há quanto tempo existe o Conservatório de Musica de Mafra?

Inês Igrejas- O Conservatório de Mafra abriu portas ao público em setembro de 2015. No entanto, a sua história começou há já vários anos atrás visto que é uma ação conjunta do Conservatório de Lisboa, da Escola de Música Juventude de Mafra e da Câmara Municipal de Mafra.

 

André Ferreira- Na opinião da Inês, o que é necessário para ser-se um bom músico?

Inês Igrejas- Para se ser um bom músico é necessário perseverança, dedicação e Amor. É preciso também um grande apoio dos pais, amigos e um encaminhamento especial por parte dos professores.

 

André Ferreira- Neste momento o conservatório de Música de Mafra conta com quantos alunos?

Inês Igrejas- Cerca de 100 alunos.

 

André Ferreira- Como é realizado o trabalho no Conservatório de Musica de Mafra?

Inês Igrejas- Temos aulas de Instrumento, Formação Musical, Classes de conjunto e Cultura Musical. As aulas de instrumento são constituídas por um aluno e um professor que o guia na aprendizagem do instrumento musical. As aulas de Formação Musical são a base de toda a leitura e escrita de partituras, desenvolvimento auditivo, afinação, entre outros. Temos várias classes de conjunto, sendo a mais importante e obrigatória o coro. Para além desta temos, orquestras de cordas, sopros, percussão e Música de Câmara. As aulas de Cultura Musical têm o propósito de enquadrar os alunos em todos os assuntos que dizem respeito à música de uma forma transversal. Levamos os alunos ao interior da música: como é feita, quais os principais vultos, instrumentos, géneros, estilos. Levamos os alunos a concertos dentro e fora do nosso edifício!

 

André Ferreira- Quantos professores existem no conservatório?

Inês Igrejas- Neste momento temos 18 professores.

 

André Ferreira- Para quem quer agora começar a aprender a tocar um instrumento, que sugestões deixa a essas pessoas?

Inês Igrejas- Venham experimentar qualquer instrumento no Conservatório de Mafra. Existem instrumentos para todas as anatomias e sensibilidades. Temos programas para crianças a partir dos 3 anos e sem limite de idade, com cargas horárias maiores ou menores.

 

André Ferreira- Que tipo de aulas são lecionadas e quais os horários dessas mesmas respetivas aulas?

Inês Igrejas-Remeto a resposta para o ponto 4. No que diz respeito aos horários, estes são marcados de acordo com as disponibilidades do aluno e do professor.

 

 André Ferreira- Existe algum tipo de critério na seleção dos alunos?

Inês Igrejas- Nós acreditamos que o talento se constrói e estimula. Por isso aceitamos alunos de todas as idades e motivações. A nossa seleção dos alunos é mais um encaminhamento para o instrumento correto. Um aluno pode, por exemplo, concorrer a violoncelo, no entanto se nas provas os jurados acharem que o aluno tem mais apetência para o piano tentamos encaminhá-lo do melhor modo. A seleção que fazemos é ao nível das apresentações em público e participação nas classes de conjunto. Os alunos mais dedicados acabam por ser selecionados para fazerem um trabalho mais diferenciado, com maior projeção e aspiração profissional.

 

André Ferreira- Que perspetivas tem em relação ao futuro para o Conservatório de Musica de Mafra?

Inês Igrejas- Creio que o Conservatório de Mafra tem uma grande margem para crescer. Acabámos de começar e graças ao excelente trabalho dos nossos professores e dedicação dos nossos alunos e pais os resultados são já visíveis e muito bons. O entusiasmo é grande e creio que de futuro, quando todos partilharmos do mesmo entusiasmo e visão teremos os nossos alunos a executarem um trabalho musical ao melhor nível. Queremos equiparar o Conservatório de Mafra aos grandes conservatórios europeus e colocar os nossos alunos em qualquer escola superior do mundo.

"Queremos, para além disto e sobretudo, levar felicidade e gosto pela música e pelas artes em geral. Acreditamos que através das experiências que estamos a proporcionar aos nossos alunos, a beleza será um dos maiores fatores de motivação para os seus futuros."

"Mafra está, neste momento, com uma atividade cultural enorme e a um nível excelente. O Conservatório de Mafra quer equiparar-se a este movimento cultural e superar todas as expectativas, aproveitando os maravilhosos recursos que Mafra tem e que a Câmara Municipal nos tem proporcionado."

 

André Ferreira- Quem quiser saber mais informações sobre o Conservatório de Musica de Mafra, onde se pode dirigir?

Inês Igrejas- Poderão dirigir-se pessoalmente ao Complexo Cultural Quinta da Raposa, em Mafra, e ficar a conhecer as nossas instalações ou, se preferirem, poderão contactar-nos através do endereço eletrónico info@conservatoriodemafra.org.

 

Muito obrigada pela sua disponibilidade e desejo-lhe o maior sucesso do mundo!